O Vilamoura Atlantic Tour, evento organizado pelo Vilamoura Equestrian Centre, que se iniciou dia 23 de janeiro e ao longo de seis semanas, até 5 de março, trás a Vilamoura centenas de cavaleiros e cavalos de todo o mundo para disputarem os diversos concursos de saltos, pontuáveis para diversos rankings nacionais, internacionais e olímpicos, está a celebrar 25 anos, mas curiosamente está desprezado de apoios estatais.
Em entrevista exclusiva ao jornal diariOnline Região Sul, o CEO do Vilamoura Equestrian Centre, António Moura, começou por explicar que tudo começou há 25 anos “por um convite do senhor André Jordan, que tenho ligação até hoje e tenho grande admiração por ele, porque foi a pessoa que falou comigo para fazermos concursos hípicos em Vilamoura, e que sempre acreditou muito que era um produto muito importante para Vilamoura e para o Algarve no desenvolvimento do turismo local…”
Questionado se o Vilamoura Atlantic Tour minimiza a sazonalidade, António Moura é perentório em dizer que “e de que maneira, a quantidade de ‘room nights’ que nós provocamos com este evento, nos hotéis, em apartamentos, em turismos de habitação locais, é enorme, porque isto são sempre há volta de duas mil pessoas que andam aqui durante seis semanas exatamente quando os hotéis estão vazios, quando os restaurantes estão vazios, e por isso é tão importante para a economia…”.
Quanto à forma como o Vilamoura Atlantic Tour deveria e deve ser visto e apoiado pelas entidades oficiais, não só regionais mas também nacionais, o CEO do Vilamoura Equestrian Centre diz “que já houve alturas em que as entidades oficiais compreenderam, tanto do Turismo de Portugal como do Governo, há vários anos entendiam como muito importante, agora menos, portanto daí a minha tristeza, mas também na verdade é não saber tirar partido de um evento extraordinário.”
“Se nós tivermos mais apoio, podemos trazer mais gente e tornar isto exponencial, porque assim fica à medida daquilo que eu posso e dos meios que eu tenho e dos meus patrocinadores. Nós já fazemos um grande esforço para ter cá toda esta gente, nós damos prémios, prize money, no valor de 1 milhão e cem mil euros, ao longo das seis semanas, que é um esforço brutal. Portanto o que está aqui a faltar a este evento é a parte de comunicação, para dar mais grandeza ao evento e uma comunicação além fronteiras. Nós aqui fazemos o live streaming, mas isto precisa ir para um Eurosport, mas isso só com apoios estatais”, afirma convicto António Moura.
As provas iniciaram-se no dia 23 de janeiro e contam para diversos rankings, caso do Mundial Longines, do Campeonato da Europa de Saltos 2023, que vai decorrer entre 29 de Agosto e 3 de Setembro em Milão, Itália, bem com da qualificação para os próximos Jogos Olímpicos.
No total, ao longo de 6 semanas, o Vilamoura Equestrian Centre através do evento Vilamoura Atlantic Tour, vai ter em permanência cerca de 800 cavalos alguns dos quais vão competir em 23 provas Federação Equestre Internacional, sendo repartidos 1.100.000 euros em prémios monetários.
Questionado sobre o que falta para que o evento dê mais retorno ao comércio local em Vilamoura e Quarteira, António Moura diz mesmo que “isto o que falta não é uma questão de dinheiro, é uma questão de política e um questão de querer. Bastava ter uma série de propaganda, de mupis espalhados e haver iniciativas, como já houve anteriormente, de haver autocarros de Quarteira para aqui, grátis, para que a população se possa deslocar para cá, isso já seria uma coisa extraordinária e com um custo muito baixo.”
O CEO do Vilamoura Equestrian Centre explica ainda sobre o número de cavalos no evento deste ano, que ronda entre os 700 e 800, mas está a procurar parceiros para aumentar entre os 1200 e os 1400, ultrapassando o recorde de 1100 de há três anos. A ideia não é estagnar o evento e dar mais um passo à frente.
Video: https://youtu.be/b46P-n-A_7I
Fonte: regiao-sul.pt