Os praticantes do Programa de Equoterapia da Polícia Militar do Pará participaram, na última quinta-feira (19), do “Natal dos Cavalos 2019” com apresentações que demonstraram algumas habilidades trabalhadas durante o ano pelo Centro Interdisciplinar de Equoterapia (CIEQ) da PM. O evento ocorreu na sede do Regimento de Polícia Montada (RPMont) da corporação e reuniu técnicos de saúde, policiais militares, amigos e familiares dos participantes.
Foram apresentadas danças sobre cavalos e ao solo, reprise musicada, volteio adaptado (equipe iniciante) e simulação do presépio vivo. Os praticantes de equoterapia realizaram as demonstrações combinando as habilidades praticadas, com o apoio da equipe técnica do centro.
Atualmente, o CIEQ da Polícia Militar possui cerca 80 praticantes de equoterapia e, pela primeira vez, as apresentações contaram com a presença do público externo, incluindo pessoas com deficiência física. Foi o caso do soldado Paulo Cavalcante, que sofreu um grave acidente de moto, em serviço, e perdeu a perna, no município de Parauapebas. ‘’Estou terminando a hidroterapia e estou na expectativa de que, no próximo ano, eu já possa iniciar as atividades de equoterapia’’, comentou o militar.
Quem abriu as apresentações, com um desfile a cavalo, foi Orian Corrêa Costa, 49 anos. Praticante de equoterapia há seis anos, ele conta que perdeu o movimento das pernas depois de tentar intervir num roubo, em 2000. Durante um assalto, ele sofreu três disparos de arma de fogo e um deles atingiu a medula.
‘’Hoje eu me vejo como uma pessoa mais tranquila e com mais empatia e amor ao próximo. Eu gosto de animais e com o cavalo que eu treino, o “Chocolate”, eu me sinto com mais ânimo e energia. A primeira vez que eu montei nele eu me emocionei, pois senti que ele se tornou as minhas pernas, fazendo com que eu me sentisse um guerreiro, um vencedor’’, disse Orian Costa.
“O Natal dos Cavalos possui um efeito curativo e de inclusão social, pois os praticantes se sentem acolhidos e participativos na sociedade. A nossa missão é oferecer um apoio terapêutico, trabalhar as limitações dessas pessoas e ajudar no processo de reintegração delas na sociedade’’, destacou o oficial.
Fonte: Agencia Para – Por Matheus Soares (PM) | Por Fora da Pistas