A exemplo do que aconteceu com o vice-campeão mundial, Rodolfo Riskalla, o Adestramento Paraequestre traz à tona verdadeiras histórias de superação dos seus praticantes. O atual campeão do Troféu Eficiência da modalidade, Rodolfo Luis Bertassoli Lucas, 32 anos, também é o protagonista de uma dessas emocionantes histórias.
Rodolfo e sua instrutora Claudia Uenishi no Campeonato Brasileiro de Adestramento Paraequestre Poliglota, com domínio de cinco idiomas, Rodolfo sempre foi apaixonado por esportes. Aos 17 anos, foi convidado para jogar futebol e estudar na Valparaiso University, em Indiana, nos Estados Unidos, onde se formou em relações internacionais e administração. Aos 23 anos, sofreu um AVC e sua vida mudou. Após voltar de um coma que durou oito dias, o jovem paulista passou os meses seguintes reaprendendo a falar e andar. Mas Rodolfo não se deixou abater. Encontrando nos esportes sua força para enfrentar os desafios, ele conheceu a equoterapia, voltou à rotina de competições e em 2019 sagrou-se campeão do Ranking Paulista. Hoje, Rodolfo corre atrás de patrocínio para realizar o sonho de fazer parte da equipe paralímpica brasileira no Jogos de Paris, 2024. Quem quiser ajudá-lo pode entrar em contato pelo e-mail rodolfoblucas@gmail.com.
O campeão em ação Confira abaixo um pouco de sua trajetória. FPH – Conte um pouco da sua história, de como se tornou um atleta paraequestre. Rodolfo – Sempre pratiquei esporte, desde de os seis anos de idade, quando tinha 17 anos jogando em Monte Sião, recebi um convite para jogar futebol e estudar nos EUA. Lá eu me formei em 2010 em relações internacionais e administração, e no ano de 2011 estava trabalhando em Washington/DC, no banco BB&T (Branch Banking & Trust). No dia 13/06/2011, eu estava correndo com meu cachorro de manhã, quando sofri um AVC. Um homem percebeu que eu não estava bem e chamou o resgate. Fui encaminhado para o Virginia Hospital Center, onde fiquei em coma por oito dias. Quando saí do hospital, meu braço, perna e ombro direitos não estavam funcionando, eu fiquei na cadeira de rodas, depois passei para a bengala, tive que reaprender a andar e falar. Depois de 2 meses voltei para Brasil. Aí comecei a fazer fono, fisio e terapia ocupacional.
Apaixonado por esportes, Rodolfo não se deixou abater Eu amo esportes: treino natação, corrida, bicicleta, tênis de mesa, futsal e musculação. Eu amo, sou muito ativo. O professor Ricardo, meu treinador de natação e tênis de mesa, conversou comigo e me chamou para fazer um teste na equoterapia. Eu me dei bem com os cavalos, depois fiquei um ano treinando salto para-equestre e então passei para o adestramento com o professor Lucas. FPH – Há quanto tempo e onde monta? Qual seu treinador?Rodolfo – Estou há quatro anos treinando para-equestre. Fiquei um ano montando na Sociedade Hípica Paulista com a professora Claudia Uenishi, voltei e estou até agora com o professor Lucas, na Hípica Campagna, em Araras.
Na premiação do Brasileiro com seu treinador Lucas Campagna, à direitaFPH – Em qual grau compete?Rodolfo – Grau IV FPH – Qual cavalo monta? O que esses animais representam para você?Rodolfo – Zoonito da Boa Nova da Coudelaria Amor e Cura, em Mogi das Cruzes. Sempre fui um atleta, então os cavalos me deram uma nova oportunidade de competir, foi no adestramento paraequestre que encontrei isso novamente.
Com o parceiro Zoonito da Boa NovaFPH – O que gosta de fazer quando não está montando?Rodolfo – Amo fazer esportes e trabalhar. FPH – Tem algum ídolo? Quem é seu maior incentivador?Rodolfo – Não, não ídolo eu não tenho. Graças a Deus vivo alegre e contente. Meu principal incentivador é minha família.
Competindo também no tênis de mesaFPH – Qual seu momento mais marcante no hipismo?Rodolfo – O momento mais marcante foi quando a professora Claudia e eu ganhamos o 1º lugar no campeonato brasileiro e paulista em 2019. Mas o melhor é participar. Ganhar e perder é a vida, o importante é aprender, aprender e aprender. FPH – Quais são seus títulos principais?Rodolfo – Ranking Hípica Paulista 2017 – 1º lugarRanking Hípica Paulista 2018 – 1º lugarCampeonato Brasileiro 2017, Brasília – 3° lugar por Equipes, 4º lugar individualCampeonato Brasileiro 2018, Brasília – 2° lugar Freestyle, 3° lugar IndividualCampeonato Paulista 2018 – 1º lugarCampeonato Paulista 2019 – 1° lugarExposição Internacional do Cavalo Puro Sangue Lusitano 2019, São Paulo – 1° lugar Campeonato Brasileiro 2019, Brasilia – 1° lugar Equipe, Individual e FreestyleCampeão do Troféu Eficiência 2019 (Ranking Paulista)
Correndo atrás do sonho de representar o Brasil nas ParalimpíadasFPH – Qual sua próxima meta no hipismo?Rodolfo – Minha meta é ganhar o próximo campeonato brasileiro e tentar o índice para a seleção brasileira paraequestre. FPH – Quais são seus sonhos, no hipismo ou na vida?Rodolfo – Continuar sempre treinando paraequestre, com corpo e mente em equilíbrio, e integrar a seleção brasileira.
Alma de campeãoFPH – Tem alguma dica para dar aos cavaleiros e amazonas?Rodolfo – Viva, e monte a cavalo.
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Fonte: FPH; fotos: arquivo pessoal/cedidas