Filho da ex-jogadora de basquete Hortência viu os donos de seu cavalo mandarem a montaria para os Estados Unidos:” O cavalo chegou na minha mão para valorizar e com intuito de vender”
Principal nome do hipismo adestramento do Brasil na atualidade, João Victor Oliva, filho da ex-jogadora de basquete Hortência, está treinando normalmente durante a pandemia do novo coronavírus em Portugal, onde mora desde o início deste ano. A má notícia, porém, é que o medalhista pan-americano perdeu um grande aliado na corrida pela vaga nas Olimpíadas de Tóquio 2021: seu cavalo F-Aron da Massa, com quem já tinha feito três vezes o índice olímpico.
Como costuma acontecer no hipismo, os proprietários de cavalos disponibilizam algumas montarias para atletas, esses competem em diversos eventos, “fazendo a fama” dos animais. Porém, o intuito é sempre vender o cavalo, e não necessariamente que as montarias ajudem os cavaleiros e amazonas a conquistarem medalhas. João explica que o F-Aron de Massa já não está mais com o cavalo que o acompanhou nos principais resultados desde a metade do ano passado:
– O Aron não está mais na minha mão. Está indo para os Estados Unidos, o cavalo chegou na minha mão com o intuito de valorizar, fazer as provas, qualificar para as Olimpíadas. Pena que o coronavírus atrapalhou nossa trajetória. Querendo ou não, o cavalo chegou na minha mão para valorizar, e com intuito de vender, e os donos querem vender, agora que o cavalo já está no melhor condicionamento físico e mais nomeado – disse.
Agora, a opção é tentar de adaptar às novas montarias, Hussein VO e Feel Good VO, que estão sendo utilizados nos treinos em Portugal.
– Os índices com o Aron valem para mim, mas vou ver se consigo colocar outro cavalo sim (na briga pela vaga olímpica). Não tenho nenhum cavalo pronto, mas até lá talvez eu tenha. Nunca se sabe, não tenho certeza que consigo, mas vou fazer tudo para conseguir- disse João.
João tem duas medalhas em Jogos Pan-Americanos no currículo, e participou das Olimpíadas do Rio em 2016. Para os Jogos de Tóquio 2021, o Brasil terá apenas uma vaga, e os atletas precisarão fazer índices para que a Confederação Brasileira de Hipismo (CBH) defina o representante nacional. João, que morou por quatro anos na Alemanha, agora está morando em Portugal:
– Troquei Alemanha por Portugal porque queria competir aqui, por questões de estratégia. Meu cavalo ia ser melhor recebido aqui, é um cavalo Lusitano, então ia competir com outros Lusitanos. Preferi, por questões de estratégia vir para cá – disse, se referindo a raça do cavalo.
O atleta de 24 anos diz estar conseguindo treinar em Portugal, mesmo com a pandemia do novo coronavírus, mas lamenta a falta de competições:
– Estou treinando normalmente, apesar das competições terem parado. As competições ajudam muito, as vezes os cavalos não são iguais nas provas e em casa, é sempre bom competir. A ausência de eventos é um fator que tem atrapalhado – disse.
Ainda não há uma data específica para o retorno das competições internacionais de hipismo adestramento, paradas desde de março por conta da pandemia.
Foto: Thierry Gozzer
Fonte: Globoesporte.com