Desgaste do excesso de pontas do esmalte é um recurso cada vez mais usado para melhorar a mastigação
Nos dias de hoje, a diferença na montaria de cavalos que passam por procedimento veterinário odontológico é notória entre os cavaleiros. É cada vez mais evidente a importância do procedimento de desgaste do excesso das pontas do esmalte dentário dos cavalos. As pontas formadas causam feridas e proporcionam incomodo ao mastigar e também durante o trabalho em pista.
O cavalo, então, mastiga a alimentação menos do que deveria, impactando negativamente, tanto na eficiência da digestão do alimento e queda de rendimento na montaria, quanto na perda financeira da nutrição. Isso porque a ração e capim providenciados pelo proprietário não serão aproveitados de maneira satisfatória pelo animal com excesso de pontas de dentárias.
A excelência do aproveitamento nutricional começa pela boa mastigação. Portanto, o alimento não estará com sua biodisponilidade aceitável. Nas pistas, a reação dos cavalos é observada pela queda de rendimento e alteração no comportamento habitual.
O principal para os criadores, proprietários e amantes do cavalo é saber que com procedimento simples e rápido, o cavalo terá vida mais confortável e, dessa forma, oferecerá o melhor dele.
Imagine se a cada quilo oferecido de matéria seca de alimento, o cavalo aproveitar muito mais… Isso trará bem-estar para ele, além de economia financeira no bolso do proprietário.
As pontas surgem por condição fisiológica chamada elodontia. Trata-se de erupção dentária continua da raiz de reserva ao longo da vida, que no potro tem por volta de 10 cm, e no cavalo mais velho já está em menor tamanho.
A alimentação concentrada do cavalo domesticado, juntamente com o trabalho com embocadura durante a montaria, faz pensar na responsabilidade de grosar e arredondar os bordos dentários dos cavalos, já que cuidamos desses animais em ambiente de manejo diferente de suas condições selvagens.
Relatos de cavaleiros comprovam: “Meu cavalo mudou completamente, estava escoiceando e refugando os obstáculos, não conseguia saltar um obstáculo com ele. Após o grosamento dos excessos de pontas dentárias, fizemos o percurso completo com 10 obstáculos sem que ele ao menos reagisse, reclamasse ou se estressasse. O percurso transcorreu de forma calma e harmoniosa. Fiquei muito feliz!”, conta Ana Luiza Graniere de Oliveira, proprietária.
“Meu cavalo estava reagindo muito frente ao comando das rédeas, e agora melhorou depois do procedimento nas pontas e ajuste da oclusão, encorpando consideravelmente. Porém, aumentou muito sua energia na pista, então, devemos adaptar o manejo nutricional reduzindo a ração”, diz Juliana Cardozo Bertocci, aluna de equitação.
Isso acontece porque cavalos mastigam mais vezes o alimento, assim aumenta a energia metabolizável biodisponível para o exercício físico, trazendo, então, a necessidade de, em algumas situações, reduzir a quantidade de ração fornecida. Sem contar que também previne cólica.
Por: Rodrigo de Lucca Rocha
Fonte: Revista Horse