“Meu plano olímpico era inicialmente Paris-2024, mas com o adiamento passo a ter uma chance de disputar uma vaga olímpica para Tóquio” conta Doda
Um dos atletas brasileiros com maior número de participação em Jogos Olímpicos, o cavaleiro Alvaro Affonso de Miranda Neto, o Doda, não tinha mais esperanças de ir à Tóquio neste ano para disputar a sexta Olimpíada de sua carreira. Tudo por conta de uma lesão no quadril sofrida em 2019. Mas aí veio o adiamento do evento para 2021 por causa da pandemia do novo coronavírus e a oportunidade reapareceu.
Fora da seleção desde o final dos Jogos do Rio-2016, quando fez parte do time quinto colocado nos saltos e ainda ficou em nono lugar na disputa individual, Doda revela que o plano era a Olimpíada seguinte, em Paris, daqui a quatro anos, mas agora vê uma chance de ir a Tóquio.
“Meu plano olímpico era inicialmente Paris-2024, mas com o adiamento passo a ter uma chance de disputar uma vaga olímpica para Tóquio. Estou treinando muito, mas caso venha a ser selecionado, somente irei se sentir que poderei ajudar muito minha pátria que tanto amo”, disse o cavaleiro, em entrevista ao Estadão.
A seleção brasileira, sem Doda, conquistou a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Lima-2019, no Peru, garantindo uma vaga em Tóquio – o time foi formado por Pedro Veniss, Marlon Zanotelli, Eduardo Menezes e Rodrigo Lambre. Com o adiamento da Olimpíada, a Confederação Brasileira de Hipismo (CBH) ainda não confirmou quem ocupará as vagas para a equipe de saltos.
Doda conta que, caso consiga um lugar na seleção para os Jogos de Tóquio, poderá passar mais de sua experiência. “Há naturalmente um desejo pessoal de realização e me sinto de certa forma obrigado a compartilhar minha experiência que não se resume nas seis Olimpíadas e três Pan-Americanos que participei e nas medalhas que ganhei. Todos os grandes cavaleiros e amazonas internacionais são mestres na arte da equitação e acredito que meu currículo me credencia formar atletas olímpicos”, afirmou.
“O Brasil vai estar sempre entre os seis países para disputar medalhas em Jogos Olímpicos, principalmente em Tóquio. O hipismo do Brasil vai chegar com a mesma força que entrou no Rio-2016, quando terminou em quinto lugar, com a diferença que agora ganhou mais moral, com as duas medalhas de ouro no Pan-Americano de Lima”, completou.
O cavaleiro, que morou na Europa de 1995 a 2016, deixou de integrar a seleção brasileira em apenas duas ocasiões nestes 21 anos: nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, em 2007, e de Toronto, no Canadá, em 2015. Com isso, tornou-se o brasileiro que mais representou o País na modalidade na soma de Jogos Pan-americanos, Mundiais e Olimpíadas, com um total de 15 participações.
Doda tem entre os momentos mais marcantes de sua carreira a medalha de bronze por equipe nos Jogos Olímpicos de Atlanta-1996, nos Estados Unidos, e de Sidney-2000, na Austrália. Também é medalhista de ouro, por equipe, nos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg, no Canadá, em 1999; bronze no Pan de Santo Domingo, na República Dominicana, em 2003; e prata no Pan de Guadalajara, no México, em 2011. Ganhou também o Prêmio Brasil Olímpico, dado pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB), como o melhor no hipismo em 2003, 2012 e 2013.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: Folha Vitoria