Com adestramento brasileiro fora da disputa olímpica por equipes, atleta de Rancharia segue treinando na região, mas de olho em reencontro e compromissos no exterior.
“Nada como um dia após o outro”. Literalmente, esse tem sido o lema responsável por conduzir o cavaleiro João Paulo dos Santos, bronze no Pan de 2019. O atleta de Rancharia ajudou o Brasil a chegar muito perto da vaga nas Olimpíadas no adestramento por equipes do hipismo, mas viu a conquista, até dada como certa antes, ficar pelo caminho. Agora, enquanto os treinos são realizados na região, os pensamentos se encontram do outro lado do Atlântico, em compromissos na Europa. O principal deles é o Mundial da Dinamarca.
Para entender o roteiro inusitado vivido pelo ranchariense, com conquista, frustração e planos, é necessário voltar um pouco no tempo. Mais precisamente aos Jogos Pan-Americanos de 2019, em Lima, no Peru. De lá, o cavaleiro e a equipe brasileira da categoria saíram com o terceiro lugar no pódio e a vaga para Tóquio “garantida”, ao menos até então.
Porém, 2019 não terminaria com o mesmo desfecho trazido da capital peruana. A Federação Equestre Internacional (FEI) exigiu outros índices a nível internacional, mesmo dos classificados por meio das disputas continentais (clique aqui e entenda mais detalhes : https://globoesporte.globo.com/olimpiadas/noticia/brasileiros-nao-conseguem-indices-e-time-de-hipismo-adestramento-esta-fora-da-olimpiada.ghtml). Lamentavelmente para o hipismo brasileiro, aquela temporada terminou sem as marcas impostas alcançadas.
O cavaleiro da região explicou ainda que, antes do Pan, algumas competições no Brasil também não atenderam às exigências. O que complicou a situação do time brasileiro. Assim, o balde de água fria terminou de ser jogado no sonho olímpico dos integrantes da equipe masculina de adestramento.
Antes do adeus à chance de ir aos Jogos do Japão na disputa por equipes ser concretizado, João Paulo viajou a Portugal com seu cavalo. O objetivo era participar de torneios internacionais pela Europa, porém, as atuações entre o término do Pan e o final de 2019 não foram suficientes para ele atingir os índices da FEI.
A volta ao Brasil foi feita sem o companheiro de provas, já que uma segunda ida a Portugal era planejada para o quanto antes. Entretanto, veio a pandemia no início de 2020, e os planos foram suspensos. Tudo isso fez com que os treinos seguissem no Oeste Paulista, com cavalos mais jovens. E a expectativa permanece voltada a um retorno à Europa o mais breve possível.
– Tenho conseguido permanecer focado, treinando aqui na região. Em um trabalho que estamos fazendo com cavalos mais jovens. E, como para a maioria, agora é esperar tudo isso passar, e dando tudo certo para o retorno a Portugal, é dar sequência às competições, já que logo mais temos o Mundial.
O Brasil ainda possui a vaga na disputa olímpica individual, aberta a todos os concorrentes. Mas o próprio João Paulo classifica como “muito difícil” uma eventual conquista. João Victor Marcari Oliva (filho da ex-atleta de basquete Hortência) é o brasileiro melhor colocado no ranking.
Quanto ao Mundial, a competição está prevista para ser realizada na Dinamarca, em agosto do próximo ano. Antes dela, João Paulo espera retomar as atividades com o seu cavalo e participar de provas europeias. O cavaleiro é natural de Rancharia, mas reside em Martinópolis.
Fonte: Globo Esporte