Paulo César dos Santos montando Fidel da Sasa JE, no Small Tour, e Sarah Waddell com Quixote Binjora no Big Tour, saem na frente na disputa por vaga no Time Brasil ao vencerem todas as provas que participaram entre 22 e 24/7 do CDI3* da Sociedade Hípica Paulista
O primeiro dos dois Concursos de Dressage Internacional (CDI3*) que definirão a equipe que representará o Brasil nos Jogos Sul-americanos, em outubro, em Assunção, Paraguai, foi marcado por disputas acirradas, vitórias repetidas, estreias na prova em estilo livre e muita emoção. No Small Tour (série Forte II Senior) participaram 14 conjuntos no Prix St. George e Intermediária I e 11 na Intermediária I Freestyle. O Big Tour (Especial Sênior Top) contou com 4 competidores no Grand Prix e três no Grand Prix Special.
“Tivemos uma prova muito bonita, com número muito expressivo de inscritos no Internacional, o que em si já foi muito interessante. O desempenho dos candidatos com interesse em participar da equipe no Sul-americano está preenchendo as expectativas. Nós já temos boas opções, agora vamos ter mais um CDI em Tatuí entre 26 e 28/8, mas o sentimento já é muito positivo”, destacou Sérgio de Fiori, diretor de Adestramento da Confederação Brasileira de Hipismo. “A temporada de competições preparatórias também foi importante para colocar os cavalos em ritmo. Nós vamos escolher indistintamente entre conjuntos do Small e Big tour, respeitando o bônus de 3% que os cavaleiros do Big Tour. Hoje tudo indica que nós vamos com uma equipe mista, o que é muito interessante”, acrescentou o dirigente.
No Small Tour, Paulo César dos Santos montando o Puro Sangue Lusitano Fidel da Sasa JE não deixou para ningém e venceu as três provas da série: no Prêmio São Jorge realizado na sexta-feira 22 cravou 69,794% de nota média final, na Intermediária I no sábado 23 subiu para 70,706% e fechou com a Intermediária I Freestyle, prova com coreografia livre e música, no domingo 24 com 72,425%, com a mesma trilha usada por seu irmão gêmeo João Paulo no Pan de Lima 2019, quando o time Brasil foi medalha de bronze. O conjunto representa o time da Fazenda Sasa JE dos criadores José Brito Eusébio e Nuno Eusébio, e Fidel da Sasa JE, castanho filho de Saloio x Gamarra que em novembro completa 13 anos.
No Big Tour o destaque foi a amazona Sarah Waddell montando Quixote Binjora, sela holandês de 16 anos de propriedade de Jorge Ferreira da Rocha, que venceu o Grand Prix com a nota média final de 69,565% e o GP Special com 70,766%.
Pódios do Small Tour
Prêmio São Jorge: realizado na sexta-feira 22/7 com vitória de Paulo César dos Santos / Fidel da Sasa JE (69,794), a prova teve como vice Vinicius Miranda da Costa / Biso das Lezírias (68,235%), classificando-se na sequencia a amazona alemã Joana Marie Sliwik / Intef Interagro (68,000%) em 3º, Eduardo Alves de Lima / Florisbela V.O (67,618%) em 4º, João Paulo dos Santos / Húngaro da Sasa JE (67,600%) em 5º e Jeferson R. Pereira / Ferragamo Crystal (67,324%) em 6º. O índice de qualificação do Odesur no Small Tour é de 62% e a meta da CBH é convocar conjuntos com média de no mínimo 69%.
Intermediária I: dividiram o pódio no sábado 23 com o campeão Paulo César dos Santos / Fidel da Sasa JE (70,706%) o vice Murilo Augusto Machado / Jorge V.O (67,382%) e na sequencia Eduardo Alves de Lima / Florisbela V.O (67,147%) em 3º, João Paulo dos Santos / Húngaro da Sasa JE (66,912%), 4º, Frederico Correa Mandrot / Galileu LS (66,882%), 5º e Vinicius Miranda da Costa / Biso das Lezírias (66,677%) em 6º.
Intermediária I Freestyle: encerrando o CDI3* da SHP no domingo 24, a prova registrou a emocionada estreia de vários competidores nesta prova de estilo livre com coreografia livre e música que teve mais uma vez Paulo César dos Santos / Fidel da Sasa JE no alto do pódio (72,425%), e como vice Victor Trielli Ávila com Gabarito HI (70,685%). Na sequencia se posicionaram Eduardo Alves de Lima / Florisbela V.O (70,425%) em 3º, Murilo e Jorge V.O (69,645%) em 4º, João Paulo dos Santos / Húngaro da Sasa JE (68,555%) em 5º e fechando o pódio e também mantendo a posição do dia anterior Jeferson R. Pereira / Ferragamo Crystal (66,915%) em 6º.
Pódios do Big Tour
O nome da série Especial Senior Top foi Sarah Waddell montando Quixote Bingora, dupla campeã no Grand Prix (69,565%) e no GP Special (70,766%). Quixote Bingora é criação e propriedade de Jorge Ferreira da Rocha. O vice nas duas provas foi Victor Trielli Ávila / Corsário IGS que registrou 64,804% no GP e 68,021% no GP Special. No GP o 3º lugar ficou com Sarah Waddell e Quixote Bogangles (62,87%), dupla que não competiu no GPS. Micheline Schulze montando Dominó ficou em 4º lugar no GP (60,869%0 e em 3º no GPS (61,362%). O índice de qualificação (Certificate of Capability – COC) é de 60% e o percentual desejado da CBH é de mínimo de 69%.
Agenda – O segundo CDI3* para definição do Time Brasil para os Jogos Sul-americanos acontece de 26 a 28 de agosto no Centro Hípico de Tatuí, no interior paulista.A Confederação Brasileira de Hipismo (CBH) vai considerar para a seletiva o resultado do CDI3* em que o conjunto atingir a maior pontuação média. A equipe de Adestramento para os Jogos Sul-americanos será formada por 5 conjuntos, 4 titulares e um reserva. Vale lembrar que o Sul-americano é qualificativo para o Pan-americano 2023 no Chile.
Atuaram no júri do CDI3* da SHP o sueco Magnus Ringmark (FEI5*), e os FEI4* César Lopardo Grana (Argentina), Mercedes Campdera Alatorre (México), Carlos Lopes (Portugal) e pelo Brasil Cláudia Moreira de Mesquita e a francesa radicada no país Natacha Waddell.
Avaliação – Para o sueco Magnus Ringmark, juiz 5* há cerca de 4 anos, na série Small Tour “muitos que foram melhor no 1º dia e no 2º fizeram alguns erros. Às vezes falta submissão, especialmente no trabalho lateral, perdendo ritmo e submissão. O trabalho de base pode ser aprimorado.”
Ringmark, pela primeira vez julgando no Brasil, elogiou os cavaleiros profissionais e cavalos. “Os cavaleiros profissionais são bons. Também tivemos lusitanos com boa movimentação, trote alongado bem feito e boa montabilidade”, comentou o juiz que costuma julgar lusitanos e andaluzes, especialmente em Portugal e na Espanha, normalmente uma vez ao ano.
“Acho que o nível do adestramento na América do Sul está evoluindo. É preciso continuar trabalhando e investindo no trabalho de base, assim se chega lá. O objetivo deve ser ter cavaleiros e treinadores que possam formar os cavalos até o GP e, ao invés, de comprá-los no Exterior, formá-los no Brasil . Vocês já têm cavaleiros bons que podem fazer isso, mas é preciso que haja um grupo maior”, pontuou Ringmark.
“Na série nacional notei muita diferençaentre os conjuntos. Alguns estão competindo um pouco em níveis muito elevados, subindo de categoria muito rapidamente, isso também acontece na Suécia. Como já falamos falta um pouco do trabalho de base que deve ser aprimorado”, recomendou o juiz, emendando um elogio à estrutura do clube. “A Hípica Paulista é grandiosa, muito bonita.”
O evento contou com apoio Fazenda Sasa JE, Coudelaria do Castanheiro, Editora Brasil, A Cocheira, Paula Nogueira, Laffranchi, Haras Cachoeira, patrocinadores do ranking de Adestramento SHP, Confederação Brasileira de Hipismo, Sociedade Hípica Paulista e Federação Paulista de Hipismo.
Aguarde cobertura da série Nacional.
Imprensa CBH com colaboração Rute Araújo e fotos: C.May