Nessa quarta-feira, 28/7, rolou a primeira final individual olímpica do hipismo com o Grand Prix Freestyle, na arena Baji Koen, em Tóquio. Após vencer o Grand Prix na abertura da competição e estabelecer novo recorde no Grand Prix Special fazendo a diferença no 14º ouro olímpico por equipes da Alemanha em 27/7, Jessica von Bredow-Werndl apresentando a égua TSF Dalera também faturou o Freestyle Grand Prix com nada menos que 91,732% de aproveitamento. Sua compatriota Isabella Werth com Bella Dona foi prata, 89,647%, garantindo assim sua 12ª medalha olímpica e a bicampeã olímpica britânica Charlotte Dujardin com Gio completou o pódio com bronze, 88,543%.
Jessica, 35, atual nº 2 do ranking mundial, e TSF Dalera, uma égua trakehner de 14 anos, integraram o time medalha de ouro da Alemanha nos Jogos Equestres Mundiais de 2018 nos EUA e foram bronze no Campeonato Europeu em 2019. “Do primeiro ao último segundo senti a Dalera 100% em sintonia comigo, estava tão atenta às ajudas que eu tinha tomar cuidado para não fazer demais e nem de menos”, comentou a campeã olímpica, bastante emocionada. “No Campeonato Europeu não tivemos um largada tão feliz no Grand Prix e Grand Prix Special. Mas no Grand Freestyle mostramos que tudo seria possível e que o sonho olímpico poderia se tornar realidade.” Agora é fato…
Isabell e sua Bella Rose, antepenúltimo conjunto no picadeiro e atual nº 1 do mundo, bateu na trave. Ao ser questionada se poderia perder o posto de nº 1 mundo, Isabell, 52, respondeu sabiamente. “Se você observar os resultados dos últimos 30 anos, verá que nem sempre foi a nº 1, subimos e descemos durante todo o tempo. Eu estou feliz porque senti minha égua Bella fantástica. Estamos em um competiçao dura, o que todos queremos e amamamos ter. Não é possível ter 10 vencedores, apenas um, isso é esporte.
Charlotte, que garantiu sua sexta medalha olímpica (dois ouros em Londres 2012, ouro e prata na Rio 2016 e agora em Tóquio dois bronzes), superou sua compatriota Dame Katherine Grainger, remadora, e agora a atleta mulher mais premiada da Grã Bretanha, estava muito satisfeita com seu craque Gio, um sela holandês de apenas 10 anos. “Até hoje Gio havia feito somente um outro Freestyle em sua carreira. Ele não sabia o que estava fazendo e eu não sabia o que estava fazendo. Apenas entramos para curtir e nos divertir, e conseguimos. Estou muito orgulhosa dele”, disse Charlotte, 36, atual nº 5 do ranking mundial.
Fatos e feitos
Com a prata do Freestyle e ouro na Final por equipes, Isabell Werth agora computa 12 medalhas olímpicas desde sua estreia nos Jogos de Barcelona em 1992: seis ouros por equipes,um ouro individual, cinco medalhas de prata individuas. Detalhe: desde 1992 usando o mesmo par de “botas da sorte”.
O último ouro individual da Alemanha havia sido de Isabell Werth na Olimpíada de Atlanta em 1996, então montando Gigolo.
Na disputa por equipes, em 27/7, a Alemanha conquistou o 14º ouro, os EUA foram prata e Grã Bretanha, bronze (confira aqui).
Estatística de notas 10 (máxima) das três medalhistas nas três disputas em Tóquio:
Jessica von Bredow-Werndl / Dalera – 81
Isabell Werth / Bella Rose – 66
Charlotte Dujardin / Gio – 8
Após 49 anos, o brasileiro João Victor Macari Oliva montando Escorial Horsecampline, um lusitano de 12 anos, chegou colado no resultado do brasileiro Cel Sylvio Marcondes de Rezende, 25º em Munique 1972. João foi 26º, competindo com 59 concorrentes, sendo que em 1972 havia 33. Com a nota de 70,419%, João rompeu a barreira dos 70% de aproveitamento de um brasileiro em Jogos Olímpicos.
Imprensa CBH – Carola May e Rute Araujo com informações FEI – Louise Parkes; fotos: Luis Ruas / Hipismo Brasil