“A pandemia tem invertido a lógica de muitas coisas e com o Mundial de Enduro de Pisa não é diferente. Normalmente, a maior preocupação da equipe brasileira é com a condição física dos cavalos, em razão da longa viagem, a estressante quarentena e a adaptação às condições climáticas do local da prova. Nesse caso, a maior apreensão tem sido com a chegada dos cavaleiros na Itália, diante de todas as restrições impostas ao Brasil pela crise sanitária”, são as palavras de Felipe Morgulis, um dos cavaleiros que forma a equipe do Brasil no Mundial de Enduro Equestre 2021.
Em 21 e 22/5, o Longines FEI Endurance World Championship 2021 movimenta o parque de San Rossore, em Pisa – Itália. Dia 21/5 acontece a primeira inspeção veterinária e em 22/05 começa a disputa de 160km, que deve ser percorrida pelo mesmo cavalo e cavaleiro, em um único dia.
Após incertezas sobre a realização do evento devido à pandemia da COVID-19, a FEI abriu as inscrições e o Brasil é uma das 24 nações participantes, com time formado por Felipe Morgulis montando Saiph SBV, André Vidiz e Chambord Endurance, Renato Salvador e Uzes Trio, e Rodrigo Barreto com Koheilan Elvira P.
Apesar das dificuldades, Morgulis já se encontra na Itália e está animado para a disputa: “O palco do mundial para mim é especial, não somente pelo fato de morar na Itália no momento, mas porque Pisa é a cidade da minha família na Itália.”
O cavaleiro conta que o parque San Rossore fica “entre a cidade de Pisa (menos de 6km da famosa torre) e o mar, com um terreno plano de terra e areia batida, muita sombra e amplos espaços, especialmente importante em tempos da pandemia.”
Para André Vidiz, cavaleiro de São Paulo, provas com terrenos planos não são suas favoritas, mas afirma que seu conjunto está pronto. “O Chambord já é um cavalo bem experiente, que eu monto desde o início da carreira, fiz várias provas aqui no Brasil, Pan no Uruguai, depois outra prova no Uruguai. Eu nunca montei na região onde vai ser o Mundial, mas falam que é muito plano, não é o que eu mais gosto, mas também estamos muito preparados para competir nessas condições”.
Já Rodrigo Barreto, de Brasília, acredita que o terreno vai ser um grande aliado para sua égua, Koheilan Elvira P. “Estou bem confiante em relação ao terreno, a minha égua é bastante experiente e já correu algumas das provas difíceis do mundo, como a de Florac”, comenta o cavaleiro.
Completando a equipe, o mineiro Renato Salvador comenta que a expectativa para finalizar a prova está alta e que Uzes Trio, cavalo de sua criação, é “um cavalo rápido, muito tranquilo, de boa recuperação cardíaca e que nunca teve eliminação em provas.”
“Eu acho que o Brasil tem condições de correr junto com os melhores países da Europa e tudo vai depender de como a prova vai se desenrolar, mas acho que temos chance de fazer uma coisa bonita e importante para o Enduro”, destaca André Vidiz sobre as expectativas da prova. Felipe concorda: “não obstante todas as dificuldades de qualificação, creio que o Brasil tem um time muito competitivo e com grandes possibilidades de fazer um ótimo mundial.”
A comissão de Enduro da CBH e os protocolos para prova
A Comissão de Enduro da CBH está ciente de que será um Mundial diferente de outros anos.”Acredito que a prova mais difícil vai ser antes da largada. Todos os processos e protocolos vão exigir muito das equipes, principalmente as que vêm de longe”, comenta Ricardo Saliba, assessor de fomento da Comissão.
Porém, Henrique Garcia, assessor do alto rendimento da Comissão, destaca que “três dos quatro cavalos já estão na Europa e o outro (Uzes Trio) está no Uruguai, que já tem saída para Europa facilitada.” Assim, diferente de Chile, que teve que retirar sua inscrição, e Argentina, que enviará apenas uma amazona para a disputa, o Brasil conseguiu manter a inscrição da equipe completa.
Outro facilitador, de acordo com Henrique, foi o apoio e rapidez da CBH em contato com a Federação Italiana e o Ministério da Saúde: “a entrada no país será limitada ao número de pessoas para fazer o apoio de cada cavaleiro, a liberação foi rápida e inclusive já temos um cavaleiro que mora no Brasil, o André Vidiz, lá na Itália fazendo sua preparação.”
Mas Dudu Barreto, diretor de Enduro da CBH, afirma que “só estaremos realmente tranquilos com a prova quando for dada a largada. Até chegarem todos os cavalos, cavaleiros e apoio vai ser um trabalho minucioso, de equipe, contando com as autoridade italianas e brasileiras para fazer com que a equipe chegue em boas condições nesse Mundial tão diferente por causa da pandemia.”
E a torcida brasileira se junta aos votos de José Carlos Vaz, relações públicas da Comissão: “Desejo aos qutro conjuntos toda a sorte do mundo e que eles representem o Brasil com a garra e sabedoria.”
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Fonte: CBH com fonte Isabella Campedelli