terça-feira, 19/novembro/2024
HomeAconteceParticipação do hipismo na modalidade Salto em Jogos Olímpicos de Londres 1948...

Participação do hipismo na modalidade Salto em Jogos Olímpicos de Londres 1948 até Tóquio 2020+1

Sobre os Jogos Olímpicos – Os Jogos Olímpicos modernos começaram em Atenas, Grécia, em 1896. Pierre de Coubertin, um educador francês, foi o principal responsável pela revitalização dos Jogos Olímpicos com o objetivo de promover a paz e a amizade internacional por meio do esporte.

Em 1900 Paris foi a primeira cidade a sediar os Jogos Olímpicos fora da Grécia. Em 1924, a 2ª edição dos Jogos Olímpicos, é considerada um marco importante na história olímpica. Assim, Paris é uma das poucas cidades no mundo a sediar três edições dos Jogos Olímpicos.

No hipismo, que tem três modalidades olímpicas – Salto, Hipismo Completo (anteriormente denominado Concurso Completo de Equitação) e Adestramento – o Salto, modalidade de maior número de adeptos no Brasil, teve sua primeira e importante participação em 1948.

Até hoje, foi na disputa do Salto que o hipismo brasileiro garantiu os mais expressivos resultados com direito a duas medalhas de bronze por equipes em Atlanta 1996 e Syndey 2000, ouro em Atenas 2004, além de outras colocações entre os Top 10 do maior evento esportivo na era moderna.


Confira o histórico da participação olímpica brasileira na modalidade Salto

1948: Londres – Inglaterra
A primeira Olimpíada em que o Brasil participou. Formada somente por militares, a delegação foi chefiada pelo general Edgar Amaral e contou com o tenente-Cel. Franco Pontes montando Itaguaí, e os capitães Rubem Continentino com Bom Soir, Eloy Menezes montando Sabu e tenente Renyldo Pedro Guimarães Ferreira. O veterinário foi o capitão Darcy Villaça. O transporte dos cavalos para a Inglaterra foi feito por um navio do Lloyd Brasileiro e a viagem durou 32 dias. Alguns cavaleiros seguiram na mesma embarcação. Em Londres, cavaleiros e animais ficaram alojados na Escola Militar de Sandhurst.

A prova das Nações teve como palco o tradicional e famoso estádio de Wembley e o time brasileiro sofreu algumas alterações com a troca improvisada de cavaleiros – Morrot, que havia sido selecionado para competir na prova de Salto foi escalado na última hora para disputar o CCE, montando Guapo, de Eloy, que por sua vez ficou no time reserva de Salto com Sabu. No final dos Jogos a melhor colocação do Brasil foi o 10º lugar de Franco Pontes montando Itaguaí.


1952 – Helsinque – Finlândia
Com equipe formada por Eloy Menezes com Biguá, Álvaro de Toledo montando Eldorado e Renyldo Ferreira e Bibelot o Brasil registrou um ótimo resultado: 4º lugar no Individual com Eloy/Biguá e 4º por equipe. Nos dois momentos, o Brasil esteve perto, muito perto da medalha olímpica. Em um deles, Eloy participou do desempate com outros cavaleiros. Uma falta leve de Biguá afastou Eloy do sonho da medalha. Mesmo assim, a 4ª colocação, o então melhor resultado individual conquistado por um brasileiro em Olimpíadas, somente viria a ser igualado em 2000.


1956 – Estocolmo – Suécia
Pela primeira vez os animais foram transportados de avião. Atrasos no embarque e a chegada em cima da hora acabaram prejudicando a preparação da equipe para a competição. A equipe foi formada pelos militares Eloy Menezes e Renyldo Ferreira e por dois cavaleiros civis: Pedro Lopes Corvello e Nelson Pessoa Filho, o Neco. Era a primeira Olimpíada de Neco, que se tornaria um dos maiores cavaleiros do mundo. O Brasil fechou em 10º por equipes.


1960 – Roma – Itália
A equipe foi formada por Francisco Rabelo montando Sultão, Oscar Sotero com Cerrito, Cel. Renyldo Ferreira com Marengo e na reserva Fernando Monzon. (a ser atualizado)


1964 – Tóquio – Japão
Em função do alto custo da viagem, o Brasil enviou apenas Neco Pessoa com Huipil que viajou com a equipe francesa. Depois de uma apresentação muito boa no primeiro percurso, Neco sofreu uma queda na distensão para o segundo percurso. Mesmo saltando com fortes dores e a perna muito inchada, o cavaleiro carioca reduziu de 12 para 8 pontos perdidos o seu segundo percurso e terminou empatado em 5º lugar.


1968 – Cidade do México – México
Única modalidade com participação do Brasil na equipe formada por Neco Pessoa com Pass Opp, Lúcia Faria apresentando Rush du Camp, José Roberto Reynoso Fernandez, o Alfinete, montando Cantal e Gérson Monteiro com Polder. Na competição por equipes, o Brasil obteve a 7ª colocação com 116 pontos perdidos (a campeã somou 112). Na disputa individual, Lúcia Faria, em magnífica apresentação com Rush du Camp, terminou em 12º lugar, com 19,25 pontos nas duas passagens. Foi o melhor resultado entre todos os competidores do continente americano.


1972 – Munique – Alemanha
Foram dois os representantes do Brasil: Antonio Alegria Simões com Bonsoir e Nelson Pessoa Filho que montou Nagir que terminaram, respectivamente, na 32ª e 39ª colocação após a primeira prova individual, ficando de fora da final por equipes e individual.


1980 – Moscou – Rússia
O boicote aos Jogos levou apenas cinco países a participar com equipes completas, além de dois competidores na disputa individual. Competiram apenas países sem tradição olímpica. O Brasil não foi representado, apesar de todos os esforços para enviar Elizabeth Assaf e Jorge Carneiro, que estavam na Europa e haviam alcançado ótimos resultados em Roma e Lucerne.


1984 – Los Angeles – Estados Unidos
Pela primeira vez um cavalo de criação nacional marca presença nas Olimpíadas. O Brasileiro de Hipismo MC Alpes foi montaria de Marcelo Blessmann que competiu na equipe formada por Jorge Carneiro com Aramis e Testarudo, Caio Sérgio de Carvalho com MC El Virtuoso e Vitor Teixeira e Natural. Na classificação geral, após as duas passagens, a equipe ficou em 10º lugar. Jorge Carneiro e Testarudo, com 21,25 pontos, tiveram o melhor desempenho e foi o conjunto sul-americano de maior destaque nas disputas por equipes e individual.

1988 – Seul – Coréia do Sul
Antes mesmo do início dos Jogos o Brasil sofreu baixas. Lassal, cavalo de Neco Pessoa morreu em consequência de uma cólica e a égua Wendy, montaria de Carlos Vinícius da Motta não embarcou em razão de uma forte cólica no dia da viagem. Estas duas ausências prejudicaram muito o grupo. O time formado por Cristina Johannpeter com Societé, Vitor Alves Teixeira e Going, Paulo Stewart com Platon e André Johannpeter montando Heartbreaker conquistou a 8ª colocação.


1992 – Barcelona – Espanha
A equipe foi formada pelos conjuntos Neco Pessoa e Vivaldi, Rodrigo Pessoa com Special Envoy, Carlos Vinícius da Motta com Wendy e Vitor Alves Teixeira montando Attack Z e fechou em 10º lugar. Neco Pessoa competiu ao lado do filho Rodrigo que aos 19 anos entrou para a história como o mais jovem cavaleiro em Olimpíada, feito que, em 2008, passou para a brasileira Luiza Tavares de Almeida, 16, amazona de Adestramento. A equipe foi formada pelos conjuntos: Neco Pessoa/Vivaldi, Rodrigo Pessoa/Special Envoy, Carlos Vinícius da Motta/ Wendy e Vitor Alves Teixeira/Attack Z.


1996 – Atlanta – Estados Unidos
O sonho da medalha olímpica finalmente se concretizou com a conquista do bronze por equipes com Rodrigo Pessoa montando Tom Boy, Álvaro Afonso de Miranda Neto, o Doda, montando Arisco Aspen, André Johannpeter e Calei Joter e Felipe de Azevedo com Cassiana Joter.

O país fica atrás apenas das equipes dos Estados Unidos (prata) e da Alemanha (ouro) e à frente de equipes de maior tradição equestre, como França, Inglaterra e Itália. Doda, após desempate pelas medalhas de prata e bronze, consegue um ótimo 7º lugar no individual.

Os Jogos de Atlanta foram históricos também para a criação nacional com a participação de quatro animais – Calei, Cassiana e Adelfus Joter (o último pela equipe Suíça) – de criação de Jorge Gerdau Johannpeter, do Haras Joter, do Rio Grande do Sul, e Arisco Aspen, criação do Haras Campos Salles, em São Paulo.


2000 – Sydney – Austrália
O Brasil conquistou sua segunda medalha de bronze por equipe em um emocionante desempate com a França. O time brasileiro era composto por Rodrigo Pessoa com Baloubet du Rouet, Luiz Felipe de Azevedo com Ralph, Álvaro Affonso de Miranda Neto, o Doda, com Aspen e André Johannpeter e Calei Joter. No desempate, Rodrigo, Luiz Felipe e André zeraram seus percursos, anulando assim as duas faltas cometidas na apresentação de Doda Miranda. Os franceses tiveram um conjunto desclassificado e competiram com um cavaleiro a menos.

Na disputa individual entrou para a história o refugo de Baloubet e a desclassificação de Rodrigo Pessoa que vinha na liderança com chances de conquistar o ouro. Rodrigo só precisava zerar o percurso, mas se derrubasse um obstáculo iria para o desempate. E aí o que parecia impossível aconteceu: Rodrigo e Baloubet fizeram a falta no número 1 – teoricamente o obstáculo mais fácil – teriam que seguir sem derrubar mais nenhum. No triplo, Baloubet fez um esforço muito grande para superar o obstáculo e, quando viu o duplo, refugou por duas vezes, levando a eliminação do conjunto.

André Johannpeter também ficou perto do pódio conquistando o 4º lugar – igualando seu feito ao do Gal Eloy Menezes, em 1952 – ambos então com a melhor classificação individual na história.


2004 – Atenas – Grécia
Enfim o Brasil é Ouro na disputa individual. Depois da eliminação nos Jogos de Sidney, Rodrigo Pessoa e Baloubet du Rouet deram a volta por cima e conquistaram o resultado histórico para o país: a primeira medalha olímpica individual no hipismo. Rodrigo saiu de Atenas ostentando a prata, o ouro veio um ano depois quando se comprovou o doping do cavalo Waterford Cristal, montaria de Cian O’Connor, da Irlanda. A entrega da medalha foi feita em cerimônia no Forte de Copacabana no Rio de Janeiro. A equipe ficou em 10º lugar e foi composta por Rodrigo Pessoa/Baloubet du Rouet, Bernardo Alves/Canturo, Álvaro Affonso de Miranda Neto/Countdown 23 e Luciana Diniz/Mariachi.


2008 – Hong Kong – China
Rodrigo Pessoa e Rufus, Bernardo Alves montando Chupa Chup 2, Pedro Veniss e Un Blanc des Bancs e Camila Mazza de Benedicto com Bonito Z formaram a equipe 10ª colocada e que não pode contar com Álvaro Afonso de Miranda Neto, o Doda, que desistiu de competir em razão da lesão em sua égua AD Picolien Zeldenrust. Uma queda de Pedro Veniss na 1ª passagem da Copa das Nações e a eliminação por substância proibida na montaria de Bernardo Alves, levaram o Brasil a ter apenas dois competidores na disputa Individual. Rodrigo Pessoa acabou em 5º e Camila em 10º. Posteriormente, no entanto, um exame acusou em Rufus a mesma substância encontrada em Chupa Chup 2, levando Rodrigo a perder a classificação e garantindo a subida de Camila para o 9º lugar – melhor resultado de uma amazona brasileira nos Jogos.


2012 – Londres – Inglaterra
O time brasileiro finaliza os Jogos na 8ª colocação, sem poder contar com um de seus integrantes, Carlos Motta Ribas, o Cacá, cujo animal Wilexo não pôde saltar no segundo dia. Já Maestro St Lois, montada do também estreante José Roberto Reynoso Fernandez Filho, perde uma ferradura minutos antes de entrar em pista, fato que pode ter causado as dez faltas do conjunto na final. Os outros dois membros, Alvaro Affonso de Miranda Neto, o Doda, com AD Rahmannshofs Bogeno, e Rodrigo Pessoa montando HH Rebozo, classificam-se para a final individual. Rebozo, que volta de uma lesão, cansa ao final da competição deixando Rodrigo na 22ª posição final, e Doda é o melhor colocado brasileiro com um 12º lugar, empatado com o paulista Cassio Rivetti, que então defendia a Ucrânia, e outros três cavaleiros.


2016 – Rio de Janeiro – Brasil
A expectativa com o Jogos em casa era grande, mas após a desqualificação do conjunto Stephan Barcha e Landpeter do Feroleto – primeiro animal Brasileiro de Hipismo a participar de uma Olimpíada em 20 anos – por um pequeno corte causado pela espora, o Time Brasil não pode contar com o descarte do pior resultado. Chegando à final sem pontos perdidos, Doda Miranda com Cornetto K, Pedro Veniss e Quabri de L´Isle e Eduardo Menezes montando Quintol cometeram uma falta cada um mais um ponto por excesso de tempo de Pedro, somando 13 pontos perdidos, fechando na 5ª colocação geral.

Os três conjuntos seguiram para a final individual. Com um percurso sem faltas, Doda Miranda e Cornetto K terminam em 9º lugar Pedro perde um ponto por excesso e termina em 16º lugar, ao passo que Eduardo comete duas faltas e não se classifica para a última rodada. Os percursos foram armados pelo course designer brasileiro Guilherme Nogueira Jorge.


2020+1 – Tóquio – Japão
Na grande final por equipes, Brasil que largou pela ordem com Marlon Zanotelli montando Edgar M, 12 pontos, Yuri Mansur montando QH Alfons dos Santo Antonio, com apenas 1 falta no meio do triplo, 4 pontos, e Pedro Veniss com Quabri de L´Isle, 13 pontos, fechou a difícil competição por equipes em 6º lugar totalizando 29 pontos perdidos. Rodrigo Pessoa, que teve problema com Carlito´s Way na largada da competição, foi substituído por Yuri Mansur com QH Alfons do Santo Antônio.

Vale lembrar que no formato olímpico lançado em Tóquio, as equipes passaram a contar com três integrantes ao invés de quatro e sem direito a descarte do pior resultado a cada dia. A disputa individual antecedeu a disputa por equipes.

E, sem dúvida, o grande nome do Time Brasil de Salto em Tóquio foi Yuri Mansur, 42, cavaleiro paulista radicado na Europa, em sua estreia olímpica com QH Alfons do Santo Antonio. Yuri foi o único brasileiro na final individual fechando em 20º lugar.

Fonte: Imprensa CBH

ÚLTIMAS DA SEMANA

PUBLICIDADE

ÚLTIMA NOTÍCIAS DO CANAL