segunda-feira, 18/novembro/2024
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Surto de vírus mata cavalos na Europa e preocupa hipismo nas Olimpíadas

Variante de herpes equino coloca animais em quarentena e obriga Federação Equestre Internacional a cancelar competições. Brasil monitora situação de olho nos Jogos de Tóquio

O hipismo está em alerta após um surto de uma nova variante do vírus de herpes equino (EHV-1) matar 17 cavalos na Europa. A Federação Equestre Internacional (FEI) cancelou todas as competições no continente até o dia 11 de abril e recomendou quarentena para evitar a disseminação da doença. Uma situação que começa a preocupar para a realização da modalidade nas Olimpíadas de Tóquio, em julho.

– Temos que estar atentos a tudo que está acontecendo. Estamos monitorando muito de perto a situação, nossa equipe técnica está bastante atenta a situação do vírus na Europa. A nossa expectativa é que o hipismo participe normalmente dos Jogos de Tóquio, e vamos trabalhar bastante para que isso aconteça – disse Francisco Mari, presidente da Confederação Brasileira de Hipismo (CBH).

Transmitido pelo ar, o vírus de herpes equino, que não afeta humanos, é encontrado em várias partes do mundo, mas a nova cepa encontrada em Valência, na Espanha, preocupou a comunidade hípica internacional. Os animais podem apresentar distúrbios respiratória, febre e em alguns casos sintomas neurológicos, que podem levar o cavalo à morte. Grávidas podem sofrer aborto.

Até o momento, dezessete cavalos não resistiram ao novo vírus – 10 na Espanha, cinco na Alemanha e dois na Bélgica. França, Itália, Eslováquia, Suécia e Suíça também já registraram casos da doença. O Qatar foi o único país fora da Europa a ter caso confirmado.

– Apesar de conhecermos a doença e o vírus há tempos, é como se estivéssemos em janeiro de 2020, quando ninguém tinha muita informação sobre a covid-19. Nesse momento, sabe-se muito pouco sobre a nova cepa do EHV-1. É uma nova forma agressiva do vírus e ainda não existem estudos sobre essa variante, nem imunização específica comprovada cientificamente. Mas é muito cedo para afirmar qualquer coisa. O importante é redobrar a atenção com qualquer sintoma nos cavalos e respeitar todas as exigências para transportes dos cavalos para evitar a disseminação da doença – disse Alexis Ribeiro, veterinário da CBH.

O Brasil tem cavalos e cavaleiros que residem na Europa. A CBH monitora os candidatos ao time olímpico e está em contato com os veterinários de cada animal. Par evitar que a doença chegue ao Brasil através da importação de algum animal contaminado, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento determinou que, além da quarentena realizada no país de procedência, cavalos importados da Europa deverão permanecer em isolamento no estabelecimento de destino por 21 dias.

Sete conjuntos brasileiros estão classificados para as Olimpíadas de Tóquio – três dos saltos, três do conjunto completo de equitação e um do adestramento. A logística de transporte dos animais para o Japão não mudou, apenas foi reforçada a atenção aos processos de higiene e segurança.

– Até o momento, a FEI apenas orientou que os conjuntos sigam de maneira intensiva os protocolos sanitários da Europa, que já são bastante restritivos. O protocolo olímpico é ainda mais rígido e detalhado, exigindo histórico dos locais onde os animais estiveram nos últimos 60 dias, quarentena para identificar possível contaminação, bateria de exames laboratoriais para diferentes doenças e protocolo vacinais rígidos são apenas alguns exemplos das diversas exigências impostas pelo Comitê Olímpico Internacional – disse Rodrigo Sarmento, diretor-técnico da CBH.

Fonte: Globo Esporte

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